Por Melillo Diniz
O governo federal que será comandado por Jair Bolsonaro a partir de 2018 apresenta-se como um projeto de populismo conservador datado. Para os amantes dos conceitos, o populismo conservador é onda recente em vários pedaços do mundo que tem como características principais a ideia de superação dos problemas sem sacrifícios, geralmente por meio de medidas autoritárias e restritivas de direitos, além de apoiar as pautas da cintura para baixo tão caras aos setores “erotizados” das políticas públicas.
No Brasil não é diferente. A questão é que o modelo brasileiro de organização política exige mais que um conjunto de propostas cosméticas. O jogo do poder com os setores econômicos, nas relações internacionais, com os estados da federação, com o congresso nacional, com a sociedade civil, com a imprensa e com as redes sociais exige uma capacidade de articulação que ainda não se vê na turma eleita.
De longe há um amadorismo que impressiona. De perto, nem queiram saber. O capitão deverá escolher um padrão em breve: capitão do mato, capitão do time que o elegeu ou capitão de todos os brasileiros.
Melillo Dinis é analista político de várias entidades, advogado em Brasília-DF, professor e pesquisador especialista em Direito Público. Diretor desde 2012 do Instituto Brasileiro de Direito e Controle da Administração Pública, em Brasília.