Por Ricardo Antunes
Depois que anunciou sua entrada no PSL, do deputado federal e empresário Luciano Bivar, o candidato Jair Bolsonaro começa a tratar, agora, do seu “staff” de campanha. Definido o partido, Bolsonaro acredita que terá que ter uma estrutura competente para lhe auxiliar e já manteve primeiros contatos com marqueteiros e publicitários, entre os quais o de uma agência pernambucana: A Makplan, que trabalhou por mais de 15 anos para candidatos ligados á esquerda e, principalmente, para o PT.
O próprio candidato, quando passou meteoricamente no Recife na última sexta-feira, teve uma longa conversa com o publicitário e marqueteiro Dody Teixeira na casa do próprio Bivar. O “martelo” ainda não foi “batido” mas, segundo o blog apurou, Bolsonaro teria sinalizado com interesse ao projeto apresentado e marcou uma nova rodada de conversas em Brasília.
Ele teme, entretanto, que a vinculação com pessoas ligadas ao “petismo” possa atrapalhar sua campanha. Essa semana, vários sites nacionais noticiaram que um dos coordenadores de sua campanha, Pedro Clemente, foi chefe de gabinete do senador Humberto Costa (PT-PE) e é “petista” de carteirinha. A informação causou ruídos internos no círculo mais próximo do candidato que é o segundo colocado em todas as pesquisas atrás justamente de Lula do PT.
Dody Teixeira é filho de Marcelo Teixeira, publicitário conhecido em todo país e sócio do escritor e também publicitário, José Nivaldo Júnior, um dos maiores nomes do marketing político brasileiro. Além de campanhas locais de governadores e prefeitos, a dupla já comandou campanhas majoritárias nacionais de peso a maioria delas ligada ao PT, como Cristovam Buarque, ex- governador do DF , Marta Suplicy, Ex prefeita de São Paulo e João Paulo e João da Costa, ambos ex-prefeitos do Recife.
A agência pernambucana completa 20 anos em 2018 e tem faturamento de mais de R$ 50 milhões. Ela já está sendo “tocada” pela segunda geração dos sócios: João Henrique ( Filho de José Nivaldo Júnior) e Dodi Teixeira (filho de Marcelo Teixeira).
O primeiro, tem graduação em jornalismo e, o segundo, fez Administração de Empresas com MBA em Marketing pela FGV. Eles começaram, respectivamente, como redator e atendimento publicitário apoiando contas políticas e públicas da agência.
Ninguém discute a competência da Makplan, que também também trabalhou para os governos de Sergio Cabral e Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro, mas isso tem um lado perigoso: Bolsonaro pode ser acusado de utilizar as mesmas práticas as quais condena e repetir os que os políticos tradicionais sempre fizeram, avaliam alguns consultores.
“Se ele insistir nisso pode perder boa fatia do seu eleitorado pois o sucesso dele está justamente no de ser ou parecer autêntico junto ao povo. Ao pedir apoio da classe de “marqueteiros políticos”, vários desgastados pela prática de caixa dois na campanha e repetir velhos chavões, o candidato pode perder o seu discurso e queimar sua identidade”, avalia um cientista político consultado pelo blog, que lembrou a condenação e prisão de Duda Mendonça, João Santana e Monica Teixeira que também atuaram em campanhas presidenciais do PT como a de Lula e a de Dilma.
A Makplan, no entanto, nunca esteve envolvida em nenhum escândalo de caixa dois, e está no top das 50 maiores agências de comunicação do Brasil, finalizo eu. Vamos aguardar.